sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A SEXUALIDADE NA INSUFICIÊNCIA RENAL

A doença renal, à semelhança de outras doenças crónicas, pode provocar alterações físicas que implicam muitas vezes um esforço de adaptação e aceitação por parte do doente. A estabilidade psicológica e emocional do doente e o apoio do parceiro/família é fundamental para que esta adaptação ocorra. A sexualidade é parte fundamental deste equilíbrio. Sentir-se amado, acarinhado, desejado e apoiado, traz uma sensação de “normalidade” ao doente, contribui para o seu bem-estar, e ajuda a ultrapassar as adversidades que enfrenta.

A sexualidade é um tópico muitas vezes difícil de abordar, não só com os profissionais de saúde, mas também muitas vezes entre o casal. Este tema surge com o intuito de esclarecer algumas dúvidas em relação à sexualidade, ajudar o doente a sentir-se confortável para falar sobre o assunto e a promover a procura de ajuda junto dos profissionais de saúde.

Sexualidade

A sexualidade, contrariamente ao que muitas pessoas pensam, não se resume apenas ao ato sexual. Pode envolver várias atividades sexuais que podem ou não incluir o ato sexual, como abraços, carícias e beijos.

A sexualidade é uma parte importante das pessoas pois influencia o modo como se sentem consigo próprias, como percecionam a sua imagem corporal, como comunicam e estabelecem relações com os outros e como nos sentimos em relação aos outros. Inclui sensações de desejo, satisfação, amor, perda, dor, intimidade, solidão, partilha, toque, carência, ciúme, rejeição, alegria e muitos outros.

Manter uma relação requer tempo, esforço e compreensão. Este trabalho pode ser mais exigente quando envolve um parceiro com uma doença crónica. Existem muitas maneiras de expressar intimidade, sentir satisfação e satisfazer o nosso parceiro. Torna-se fundamental que haja comunicação e que a sexualidade seja explorada, de modo a compreender as necessidades de cada um.

Doença Renal e Sexualidade

A Insuficiência Renal pode provocar alterações físicas e hormonais que afetam a vida da pessoa. Muitas vezes estas alterações têm impacto na vida pessoal, mais concretamente na sexualidade (na maneira como vê o seu corpo), podendo sentir-se menos atraente sexualmente. Com todas estas alterações e adaptações a esta nova fase da vida, a prática de sexo, ou simplesmente pensar nisso, poderá ser a última coisa a passar pela cabeça de um insuficiente renal.

Se existia uma boa relação e comunicação com o parceiro antes de ter ficar doente, é possível ultrapassar e compreender com mais facilidade estas modificações. Caso isso não se verifique, poderá precisar de ajuda dos profissionais de saúde.

Alterações físicas na insuficiência renal que podem afectar a sexualidade

Odor corporal e mau hálito – altos níveis de ureia podem provocar um cheiro característico que varia em intensidade de pessoa para pessoa;

Equimoses (nódoas negras) – alguns medicamentos podem alterar a coagulação do sangue, fazendo com que facilmente apareçam equimoses que perduram por muito tempo;

Diminuição dos níveis de energia (cansaço) – os ganhos de peso, falta de exercício e cansaço fácil resultante da anemia podem diminuir os níveis de energia para realizar as atividades diárias;

Excesso de líquidos – edema (“inchaço”) das pernas, cara e outras partes do corpo por excesso de ingestão de líquidos entre sessões de hemodiálise e distensão abdominal pelo líquido (no caso de doentes em diálise peritoneal);

Perda de cabelo ou aparecimento de pêlos em excesso – resultante do tratamento com medicamentos esteróides;

Diminuição da capacidade para atingir o orgasmo – alterações químicas afetam a função dos nervos, diminuindo a sua sensibilidade;

Alteração da pele – pode sentir prurido (“comichão”), pele seca e alterações da coloração da pele.

Fonte: portaldialise

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