domingo, 30 de março de 2014
IRD KIDNEY TRANSPLANT CALCULATOR - VOCÊ DECIDE DEPOIS DE ESTIMAR NUMA CALCULADORA ESPECIAL
Tem que decidir se aceitar no imediato um rim disponível para transplante – de um doador falecido, situação menos recomendável do que a de um doador vivo – ou esperar um pouco mais por um rim mais saudável? Existe agora uma ferramenta gratuita, simples, na Internet, que o/a pode ajudar nesta escolha complexa. Já a conhece? Chama-se IRD Kidney Transplant Calculator – e é um modelo matemático desenvolvido para a Internet por cientistas da Johns Hopkins University School of Medicine, nos Estados Unidos da América. Esta ferramenta surge no âmbito de um novo estudo, publicado recentemente no American Journal Of Transplantation, que defende que existem alguns tipos de pacientes para os quais os benefícios de sobrevivência pesam mais do que os riscos de aceitar um órgão eventualmente infectado.
Existe entre 5 e 15% de possibilidade de morrer todos os anos na lista de espera. Geralmente, os órgãos mais propensos ao risco de infecção são deitados fora e nunca são transplantados. Os investigadores admitem que quantificar o risco de aceitar um rim de um doador falecido que possa ter sido infectado por Hepatite C, face à espera por um órgão melhor que pode demorar meses a chegar, é um exercício que se tem revelado historicamente difícil. Porém estão a tentar superar essa dificuldade. Este modelo foi criado nesse sentido.
“Porque a oferta dos órgãos dos doadores mais saudáveis é demasiado reduzida, os pacientes necessitam de considerar todas as ofertas de órgãos ou correm o risco de morrer enquanto esperam por um órgão. Esta é uma decisão muito difícil, e muitas pessoas recusam ofertas de transplantes que, na realidade, lhe iriam garantir melhoras. Frequentemente, fariam melhor se aceitassem o órgão ‘na mão’ do que esperarem pelo próximo disponível”.
A explicação é de Dorry L. Segev, líder deste estudo e Professor Associado de Cirurgia na Johns Hopkins University School of Medicine, que tem a convicção que a nova ferramenta “pode ajudar os pacientes a fazerem a melhor escolha”. Antes de serem colocados à disposição para transplante, os rins e outros órgãos de doadores falecidos são submetidos a testes para averiguar se foram afectados por doenças infecciosas como o HIV e a Hepatite C. Ainda assim, com resultado negativo, há a probabilidade de alguns rins poderem estar infectados, sobretudo com Hepatite C.
Apesar do risco de transmissão de hepatite C ser reduzido nos rins transplantados, mais de 10% dos doadores falecidos viram o Centers For Disease Control and Prevention dos Estados Unidos a assinalar a propósito deles critérios de risco de infecção. Para desenvolver este modelo matemático, a equipa de investigadores coligiu dados de múltiplos artigos científicos publicados e bases de dados nacionais de centenas de milhares de pacientes. Quando havia informação em falta, os investigadores procuraram a opinião de especialistas para colmatar as falhas. Foram considerados os períodos na lista de espera por um transplante, se os pacientes nas bases de dados tinham sido submetidos anteriormente a outros transplantes, a sua idade, se tinham diabetes, entre outros factores. Depois a equipa passou à criação e desenvolvimento de um modelo complexo de estatística e a um programa informático para tomar todos os factores em conta e apresentá-lo de uma maneira acessível e “simpática” para o utilizador.
A ideia é permitir a visualização – via gráfico – do que pode acontecer a cada paciente se esperar ou se aceitar no imediato o transplante. Dados exigidos para saber o resultado: Género, idade, etnia, diagnóstico da falência renal e os anos na lista de espera do receptor e as características do doador, como o estado serológico e os comportamentos de risco de infecção. A questão da escolha final é tudo menos simples. Por exemplo, um homem de 25 anos que está na lista de espera há quatro anos e que estima esperar mais um ano por um transplante, se aceitar o transplante de um rim eventualmente em risco, tem 84% de probabilidades de este durar 5 anos. Se ele esperar por um rim melhor durante um ano, a probabilidade de ter um rim que dure 5 anos é de 83%. Neste caso, Segev diz que “não compensa o risco de uma doença infecciosa, porque ficará bem com o próximo órgão, sem qualquer risco de doença”. No final, a escolha é pessoal, lembra o líder do estudo.
Fonte: American Journal of Transplantation
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